terça-feira, 14 de junho de 2011

" Até que "

Sim, desta vez, não vou falar de amor, nem de sentimentos, de angustias ou de memórias perdidas no tempo, não vou falar de mim nem de ti, de nós ou deles, da minha noite de ontem, nem vou falar como gostava que fosse o meu amanhã, mas sim, vou contar um sonho, é estranho, normalmente os adolescentes quase nunca sonham, dizem, mas eu sonho, e até por vezes dou por mim a sonhar acordada.
    « Estava numa praia longínqua da realidade, em que tudo parecia tão diferente, que na verdade era mesmo, mas ao mesmo tempo tudo tão perfeito que me transmitia um certo medo, mas ali não existia lugar para as imperfeições, onde não existia vida humana, nem um mutante se quer, ninguém capaz de destruir aquela tão plena perfeição.
Eis que me deparo com os meus pés quentes, algo reconfortante, algo nunca sentido, algo novo. Alguma coisa me tocara, me fazia sentir leve, continuei a caminhada, essa sensação de levatez, fez com que o medo da perfeição desistisse de habitar em mim naquele momento.
Parecia um cenário para um filme romântico, algo como "Romeu e Julieta".
A única coisa que via naquele lugar tão perfeito, era apenas eu, o céu azul e um mar extenso bem transparente de um verde tranquilizante, rochas reluzentes, que pareciam macias, peixes que saltavam á vista de qualquer coisa, um sol grande, bem lindo e uniforme, bem amarelo e quente, pelos vistos.
Daria qualquer coisa para nunca sair dali pensara eu.
Até que ...»
O estúpido do despertador tocou e nunca soube o que me causara aquela sensação de levatez, que me deixara leve como uma pena.
Agarrei naquilo que me despertara de um sonho encantador, mesmo fugido da realidade, e atirei-o contra a parede e disse-lhe como me ouvisse e compreendesse o que lhe disse-se:
"És um estúpido, estragas tudo ! Odeio-te "
Eu Júlia Pinto, deitei-me de novo, tentei adormecer para ver se havia o tal "continua", mas não, era inevitável, parecia que era apenas uma oportunidade para sonhar um sonho ideal e perfeito.
Ainda hoje a pergunta, " O que seria aquilo ? ", habita em mim. Uma curiosidade enorme de conhecer que sensação era aquela, que nunca vai morrer até encontrar uma resposta.

2 comentários:

* disse...

Obrigado :p Tambem gostei muito do teu texto (:
Sigo

Béll ♥ disse...

obrigada (; *
sigo *