sábado, 10 de setembro de 2011

Sem título. *


Até aos dias de hoje, nunca cometi um pecado cruel, apenas as pequenas brincadeiras normais, as palavras ofensivas, as maldades impensadas, os gestos menos próprios ou até os pensamentos menos sinceros. Mas até hoje, sempre fui forte e corajosa. Enfrentei todas as tempestades que me acompanham, engoli em seco a dor, ergui a cabeça e esqueci o sofrimento e os tristes pensamentos indesejados. Mas assim que cá chego ao mundo real, a realidade bate em mim como trovoada e rebaixa os bons pensamentos e as esperanças que tento manter tão firmemente. Lembro-me da crua verdade, e forma-se dentro de mim um feroz aperto, a voz não me sai, como se o ar se travasse na garganta e ali bloqueado não se movesse, as minhas cordas não vibrassem segundo a minha vontade, e os meus olhos vidrados de tristeza não conseguissem evitar as lágrimas. Mas ainda assim me esforço e luto contra a torbulência no meu coração, respiro fundo, ergo o olhar e controlo as emoções a todo o custo. Não quero mostrar a minha fraqueza, o meu sofrimento, os meus pensamentos pessimistas que invadem o meu todo. Não consigo por um fim nestas questões sem resposta que surgem e surgem insaciavelmente. Por isso, por tudo te peço, que me ajudes a desbloquear o cérebro, a pensar como um adulto e tirar todas estas dúvidas como se tira as de uma equação de matemática, com regras, com leis, mas com sobretudo com lógica. 

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